sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

RETROSPECTIVA JERSEY 2016

PREAMBULO

Bibelôs no Castelo Assis Brasil
Em 1896 chegaram as primeiras Jersey no Brasil, e na América do Sul, trazidas por Joaquim Francisco de Assis Brasil que, no ano anterior, adquiriu da Rainha Vitória - rebanho de Windsor.

A porteira da Fazenda de Ibirapuitan, em Alegrete/RS
Nos campos da FAZENDA IBIRAPUITAN, no Alegrete-RS, ficaram as duas vacas e seus “rebentos” provisòriamente “hospedadas” até 1905 quando, terminada a construção do CASTELO DE PEDRAS ALTAS - verdadeira fortaleza medieval numa paisagem isolada nos pampas – para lá foram transferidas, já com alguns outros descendentes. 

O Castelo de Pedras Altas, desenho após sua construção (1906)
Nesse mesmo ano foi iniciado o PEDRAS ALTAS HERD-BOOK, controle inicial da raça Jersey no Brasil, utilizando Assis Brasil o afixo ITAEVATÉ (pedras altas em Tupy-Guarani) para seus animais. Nessa propriedade foi montada uma indústria de laticínios para processar o leite das vacas Jersey, e de algumas Devon leiteiras, surgindo seus afamados queijos e manteiga especiais.

A raça foi distribuída para todo o Rio Grande, para todo o Brasil, e em 1915 foi transferido esse HERD-BOOK para a SECRETARIA DE OBRAS PÚBLICAS – DIRETORIA DE AGRICULTURA, INDÚSTRIA E COMÉRCIO DO RIO GRANDE DO SUL.

Primeiro Herd-Book do governo do RS
Por iniciativa da filha de Assis Brasil, conhecida por DONA QUINQUIN, a raça Jersey foi oficializada pelo MINISTÉRIO DA AGRICULTURA em 1930, sendo os primeiros exemplares PO da raça, do Herd-Book de Pedras Altas, lá inscritos.





No Rio de Janeiro, em 1938 foi fundada a ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE GADO JERSEY-ACGJ, entidade de caráter nacional, cuja numeração inicial dos registros não levou em conta aqueles dos livros gaúchos já homologados pelo MINISTÉRIO DA AGRICULTURA.


Theodoro Eduardo Duvivier, o primeiro presidente
da ACGJ - 1938/1940
Em 1948 foi fundada a primeira estadual, a ASSOCIAÇÃO DE CRIADORES DE GADO JERSEY DO RS que, alem do registro de seus rebanhos, também contemplava em seu organizado e eficiente trabalho aos criadores catarinenses, paranaenses e cearenses, até a fundação de suas respectivas associações estaduais. Todos os livros de registro da raça Jersey, em 1954, passaram oficialmente para a entidade nacional, obedecendo ao TRATADO INTERNACIONAL DE ROMA.


D.Joaquina "Quinquin" de Assis Brasil,
primeira presidente da ACGJRS - 1948/49
De lá para cá, de forma irreversível, a Jersey avançou por todo o Brasil, e as associações estaduais delegadas da nacional foram surgindo: Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Ceará. Lideranças locais se organizaram e, de forma inquestionável, implantaram a raça Jersey em seus domínios. A própria entidade nacional nos anos 70, por desinteresse dos cariocas em mantê-las e dos gaúchos em assumi-la, foi transferida para São Paulo, agora com a denominação de ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE GADO JERSEY DO BRASIL-ACGJB.

A sede da ACGJB, em São Paulo - 2016,
o inspetor Roberto Nardi na sacada
Mandatos bons, mandatos ruins, a partir da metade da década de 90 começaram a haver problemas com o relacionamento técnico, social e financeiro, principalmente devido à “agressiva” centralização imposta pela entidade-mater nacional, e o resultado não foi outro: sobraram, com muito esforço, as delegadas do sul, a saber do RS, de SC e do PR, em alguns dos outros estados atuando apenas alguns Núcleos Regionais ou Estaduais.

Nelcy Mainardes (e), presidente da ACGJPR, e Maurício Santolin
Nelson Ziehlsdorf (d), presidente da ACCB, e destacados jersistas de SC,
PR, RS e MG com a Grande Campeã de Braço do Norte/SC
 No ano de 2013, finalmente, os jersistas de todo o Brasil, unidos, elegeram uma diretoria que, liderada pelo objetivo e dinâmico MARCELO XAVIER, mudou definitivamente o rumo da raça no Brasil.


O líder da raça Jersey no Brasil, Marcelo Xavier, com Cláudio Pinheiro (ES)
e Fernando Reis (MG)
A JERSEY EM 2016 NO RS:

O ano de 2016 está encerrando com a conclusão da gestão CLÁUDIO NÉRY MARTINS na ACGJRS, eleito para os períodos 2013/2014 e 2015/2016. Coerente, habilidoso, impetuoso, o presidente MARTINS soube manter a Associação ativa e progressiva, mesmo com as grandes dificuldades principalmente devido à redução em seu quadro associativo desde o início deste milênio. Há de ser relatado, no entanto, que o número de rebanhos e de exemplares Jersey aumentou, consideràvelmente, nesse mesmo período, ou seja, os produtores dando preferência à raça Jersey sem, no entanto, registrar seus animais.


Cláudio Martins (c) e seu 1º vice, Álcio Azambuja, confraternizando
com o cearense Flávio Sabóia (e), nosso antigo companheiro de batalha
na raça Jersey
A participação mais efetiva das Cooperativas de Laticínios, e de Produtores, e das Associações dos Produtores ligados às Prefeituras Municipais efetivamente incentivadoras da atividade leiteira, em trabalho enfatizado em gestões anteriores, foi reforçada pelo trabalho de PARCERIA com empresas atuantes na cadeia do leite.


Assistência seleta no leilão da Expointer.
Venda da Grande Campeã por R$ 42.500,00 
 Valorizados novamente os leilões em Esteio, a volta da comercialização nos eventos oficiais da raça Jersey, embora sem a mesma oferta quantitativa que nos fez, nas décadas de 80 e 90, uma das raças de maior liquidez nos eventos gaúchos dentre todas as espécies. A boa média de preços e, principalmente, os altos valores para os animais de ponta trouxeram-nos, novamente, para a liderança de venda de bovinos.



Do ponto de vista técnico, a reestruturação da ACGJB foi fundamental para a ACGJRS, permitindo, finalmente, a organização e definição de assuntos pendentes nos últimos 20 anos: aceitação de nosso CONTROLE LEITEIRO OFICIAL, agilidade no REGISTRO GENEALÓGICO, definição do COLÉGIO DE JURADOS BRASILEIRO, atualização do REGULAMENTO DE EXPOSIÇÕES, estabelecimento do CIRCUITO NACIONAL DA RAÇA JERSEY em substituição à superada EXPOSIÇÃO NACIONAL, ocorrido neste ano.


Durante o julgamento da IV etapa do Circuito Nacional
A constante e competente ação de nossos funcionários LEILA MOLINA, VINICIUS RAUBACH e SILVANA HÄERTEL, assim como de diversos incansáveis e dedicados diretores, permitiu o encerramento glorioso de mais um período na vida do Jersismo gaúcho.


Leila Molina (e), Alberto Petiz, Clariton Dias e Álvaro Peixoto
Dois convênios, de suma importância, permitiram que nossas ações fossem agilizadas no que se refere a REGISTRO GENEALÓGICO, CONTROLE LEITEIRO e EXPOSIÇÕES: com a UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, de longa data e administrada pela profª HELENICE GONZALEZ, presidente de nosso Conselho Técnico e criadora destacada, com os estagiários CAMILA PRIETSCH, MICHELE TEJADA e LUCAS BATISTA (todos do Curso Técnico em Agropecuária), e dos acadêmicos de zootecnia HORTENCIA DIAS e THAIANE RODRIGUES, e com a EMBRAPA CLIMA TEMPERADO, com 4 anos de existência e, atualmente, administrado pela Dra.MARIA EDI ROCHA RIBEIRO, e grande apoio do engº agrº ALCIO AZAMBUJA DE AZAMBUJA, do dr.DARCY BITENCOURT e da Dra.MAIRA ZANELLA. Durante a Expointer, os estagiários MÁRCIO SPALLONE e HORTÊNCIA, os inspetores técnicos FREDERICO e NARDI, gerenciados pelo vice-presidente ÁLCIO AZAMBUJA, foram impecáveis no Torneio Leiteiro. Em pista, o superintendente da ACGJB, CRISTIANO, e a secretária do seu SRG, Cinthia, além da nova secretária do SRG-RS, SILVANA, facilitaram a sempre precisa e audível narração do julgamento por PETIZ.
Horência Dias, Márcio Spallone e Álcio Azambuja (d)
Foi possível o acompanhada ao vivo pelo Facebook e Site da ACGJRS graças ao destacado trabalho dos competentes André Arruda, Marilene Teixeira e Rodrigo Vignoli, da PROCERGS.


Equipe da PROCERGS que permitiu a transmissão do julgamento
da Expointer: Rodrigo, Marilene ...
... e André.
 Um dos mais importantes acontecimentos neste ano foi, sem dúvida, o reconhecimento do novo recorde brasileiro para torneios leiteiros, na categoria até 36 meses, em reunião do CDT-ACGJB na cidade de Curitiba/PR, no último 18 de novembro. Conquistado pela a vaca COTRIJUI EG150 PALMIRA 93 ANGEL, registro 59335S, de EDSON GEHRCKE, com 46,490 kg em 24 horas/3x durante a expofeira de Ijui/RS em outubro de 2015.

Cotrijui EG150 Palmira 93 Angel, recordista nacional até 36 meses (2015)
Aos nossos parceiros nesta empreitada, nosso reconhecimento e esperança da
continuidade do trabalho que vem sendo realizado em prol da raça Jersey e da produção de leite de qualidade.




Ao novo presidente eleito ALVARO DO AMARAL PEIXOTO, e à toda sua diretoria, desejamos que 2017 e 2018 entrem para a história da raça Jersey como anos de muitas e objetivas realizações.

Sede Executiva e Social da ACGJRS, em Pelotas/RS
Na próxima postagem, os principais resultados das exposições ranqueadas do RS em 2016.

FELIZ 2017 PARA TODOS NÓS, JERSISTAS POR PROFISSÃO E CORAÇÃO.

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